quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dia do concelho de Belmonte

quarta-feira, 25 de abril de 2012

"Comunistas pedem maior atuação das autarquias"


"Os cerca de 200 trabalhadores da Cilvet, dos quais 34 desempenhavam funções em Belmonte, foram para férias com um clima de suspeita de que algo estaria mal na empresa. Com o dia de regresso ao trabalho veio também a confirmação de que a entidade ia fechar portas.

No entender da Comissão Política Concelhia de Belmonte do PCP, tal atitude, por parte dos responsáveis pela empresa “tem de ser escrutinada pelas respetivas autarquias”. Em nota enviada à comunicação social, os membros desta força política lembram que “após o regresso de uma semana de pausa, os trabalhadores depararam-se com as portas da empresa fechadas, sem que nenhum responsável tivesse a hombridade de justificar o que se passava”.

Acreditando ainda na viabilização desta entidade, os comunistas esperam agora “o necessário envolvimento de outros”. Para além do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, esta situação “não pode passar ao lado dos órgãos autárquicos. Tendo em conta a importância da empresa, nomeadamente para o concelho de Belmonte, a autarquia não se pode demitir das suas responsabilidades”, acrescentam.
No mesmo documento, os signatários da nota dão conta da recusa de um autocarro municipal, por parte do autarca de Belmonte. Ao que tudo indica, alguns dos 34 trabalhadores da Cilvet em Belmonte solicitaram junto à autarquia o transporte até à sede da empresa, em Castelo Branco, com o objetivo de se inteirarem da real situação e do futuro da empresa. “A resposta que receberam foi um frio Não e uma atitude de total insensibilidade perante o drama que está a ser vivido por estes trabalhadores”, dizem os membros da comissão concelhia, que pedem agora maior atenção e responsabilidade aos autarcas no sentido de se conseguir a manutenção dos postos de trabalho."

in "Urbi et orbi"

sexta-feira, 13 de abril de 2012

"Linha da Beira Baixa tem troço de luxo que nunca viu um comboio"


Estado actual da Estação de Belmonte. Foto A. Miranda. 
Segundo o jornalista do Publico, Carlos Cipriano, “são dez quilómetros entre Caria e Belmonte, onde foram gastos 7,5 milhões. Não aproveitam a ninguém, a menos que reabra a linha Guarda-Covilhã, fechada para obras que a crise suspendeu. A circulação de comboios entre a Guarda e Covilhã foi interrompida em 2009, em nome de uma intervenção que visava dotar a linha de padrões de modernidade ao nível do que de melhor há na Europa. Há ano e meio, porém, a Refer suspendeu, já por força da crise, este investimento de 85 milhões de euros. Mas chegou requalificar dez quilómetros, entre Caria e Belmonte, onde se vêem carris novos assentes em travessas polivalentes (que permitiriam, no futuro, converter a linha para bitola europeia). Reforçou as pontes, requalificou os túneis e modernizou estações e apeadeiros, num troço de uma linha. Neste troço - onde chegaram a ser gastos 7,5 milhões de euros - podem ver-se agora equipamentos que foram instalados para a electrificação e sinalização electrónica da linha e até passagens de nível automáticas. Tudo isto está ao abandono sem que alguma vez ali tenha passado um único comboio. E a erva e o mato invadem uma infra-estrutura paradoxalmente moderna. Já nos restantes quilómetros ainda não modernizados a infra-estrutura data do século XIX e, por isso, há troços onde os comboios, se agora ali circulassem, não poderiam passar dos 60 km/hora e, nalguns casos, dos 20 km/hora. E - nova contradição - há um pequeno troço modernizado onde poderiam chegar aos 120 km/hora.


À espera do Governo


Para a Refer, este investimento justifica-se, porque "permite o fecho de malha e a redundância de rede, contribuindo não só para descongestionar a Linha do Norte - nomeadamente ao nível do transporte internacional de mercadorias -, mas também para tornar mais exequível a futura migração da bitola", de acordo com fonte oficial da empresa. A mesma fonte diz ainda que não é possível, neste momento, adiantar quando serão retomados os trabalhos, nem qual será o futuro desta linha, decisão que cabe ao Governo. Seja como for, o PÚBLICO apurou que o Plano de Investimentos da Refer para este ano (orçado em 70 milhões de euros) não contempla obras neste troço, que, assim, continuará a degradar-se. A CP, por seu lado, já não anda sequer por aqui desde 1 de Março, nem na linha nem na estrada. Quando a linha fechou para obras, em 2009, a transportadora pública assegurou transporte alternativo em autocarro entre a Guarda e Covilhã. Ultimamente, o serviço já era realizado por táxi devido à escassa procura. Agora divulgou um comunicado a dizer que "a baixa procura registada neste serviço comprova que a solução rodoviária com recurso a operadores locais é seguramente a solução de mobilidade mais adequada do ponto de vista da sustentabilidade económica e ambiental". Os horários em vigor, contudo, eram um claro desincentivo à utilização dos serviços da CP. Dos três comboios diários em cada sentido, o primeiro partia às 5h35 da Covilhã para a Guarda e o último às 16h18. E não havia boas ligações aos comboios da Beira Alta, circunscrevendo-se a oferta ferroviária ao troço entre as duas cidades, desligada do resto da rede. Hélder Bonifácio, da Associação de Amigos do Caminho-de-Ferro da Beira Baixa, diz que, ao contrário do anunciado pela CP, a oferta rodoviária local é fraca, excluindo-se naturalmente os muitos expressos que circulam entre a Guarda e Lisboa, com paragem na Covilhã, que são demasiado caros para um serviço regional. Por outro lado, a introdução de portagens na A23 e o aumento do preço dos combustíveis potenciam a procura do caminho-de-ferro. Para Hélder Bonifácio, todavia, o mais importante era que a CP olhasse para aquele troço verdadeiramente integrado na rede ferroviária nacional, pondo nele a circular comboios directos de Lisboa para a Guarda, via Beira Baixa. É que, apesar de haver via férrea, não é possível viajar de comboio desde a Cova da Beira para o Norte (a menos que se ande para trás até ao Entroncamento, aumentando e encarecendo o percurso)”.

Texto retirado de "Ultraperiferias"