quinta-feira, 28 de junho de 2007

Regadio da Cova da Beira

Projecto da Cova da Beira ganha mais 3000 hectares em 2008, conclusão em 2010. Rui Gonçalves, secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, deixa um aviso aos agricultores: mais do que pedir novas estruturas, o tempo é de aproveitar as que existem e explorar novas oportunidades de negócio.

O Regadio da Cova da Beira vai servir novas áreas em 2008 e estará concluído em 2010, servindo 14 mil hectares de área agrícola. Rui Gonçalves, secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, destacou as oportunidades que em novas hortas, pomares, olival e biocombustíveis, durante uma visita às obras dos blocos de rega de Belmonte e Caria. Os dois blocos vão começar a funcionar no próximo ano, servindo 3000 hectares de terrenos.Para além daqueles trabalhos, estão a ser elaborados os projectos dos blocos da Covilhã e Fundão, cuja conclusão está prevista para 2009. As intervenções que estão a decorrer estão orçadas em 50 milhões de euros e Rui Gonçalves garantiu que “haverá dinheiro” para as obras cujos projectos estão ainda a ser feitos. “No próximo Plano de Desenvolvimento Rural, a Cova da Beira é prioritária na área do regadio”, destacou.“Esperamos que em 2010 todos os agricultores que disfrutam dos 14 mil hectares de superfície agrícola útil abrangida estejam a beneficiar do Regadio da Cova da Beira”. “Concretizaremos assim um projecto com mais de 50 anos”, disse o governante, que se recusou a comentar os atrasos da obra ao longo de décadas. “O que posso dizer é que este Governo assumiu o compromisso de acabar a obra e é isso que estamos a fazer”, sublinhou.

FALTA APROVEITAR O QUE EXISTE

Rui Gonçalves lamentou que o Bloco da Meimoa, o único do Regadio da Cova da Beira que está a funcionar, “ainda não esteja totalmente aproveitado”. Abrange uma área de 3400 hectares e foi aberto em 1990. “O que eu digo aos agricultores de todo o país é que têm que aproveitar bem as infra-estruturas que já estão no terreno e aquelas que estamos a fazer”, alertou, também a propósito do II Congresso Nacional de Rega e Drenagem, em cuja sessão de encerramento participou, no Fundão. Hortas e pomares com futuro“Portugal precisa de aumentar a produtividade em grandes áreas da agricultura”, apontando a hortofruticultura como prioridade no Plano de Desenvolvimento Rural e para a qual a Cova da Beira “tem grande aptidões”. Aposta na formação“O Plano de Desenvolvimento Rural tem fundos não só para o betão, mas também para a formação dos agricultores e promoção da produção agrícola”. “Vamos investir muito para que as infra-estrutruras não fiquem desaproveitadas”, garantiu Rui Gonçalves.

Décadas a passo de caracol

Se com o Regadio são agora prometidas novas oportunidades, a verdade é que já passaram 50 anos desde que o projecto nasceu. Muitas das oportunidades já podiam ter dado um novo impulso ao sector na região.

1957 - Câmara da Covilhã envia uma petição ao Governo, solicitando estudos de viabilidade do projecto.
1960 - São realizados estudos de avaliação de aptidão de terrenos ao regadio
1978 - Estudo prévio do projecto
1981 - Projecto para os sistemas secundários de rega
1986 - Projecto para o sistema primário de rega
1984 - Construção da Barragem da Meimoa
1990 - Começam a funcionar os canais de irrigação no bloco da Meimoa
2000 - Construção da Barragem do Sabugal
2005 - Governo assume o compromisso de concluir as obras em 2009, para o aproveitamento arrancar em 2010


in Diário XXI

1 comentário:

Pedro Álvares Cabral disse...

silvio disse...
aqui se ve o desprezo que se têm tido para com as gentes do interior.

Atrasos e mais atrasos,o governo central não quer saber de nós... somando a isso os fracos executivos como chegaremos alguma vez ao topo?