sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Chuva de estrelas de 12 para 13 de Agosto

O céu deverá apresentar na noite de domingo para segunda-feira a queda de dezenas de estrelas cadentes por hora, um fenómeno anual que ocorre quando restos do cometa Swift-Tuttle entram na atmosfera terrestre

Em rigor, não são estrelas, mas pequenos meteoros, que ficam incandescentes quando entram pela atmosfera terrestre a mais de 200 mil quilómetros/hora, deixando na sua trajectória um brilho azulado, branco ou laranja.

Conhecidos como estrelas cadentes na linguagem popular, eles são, na verdade, corpos que pertenceram a cometas e que raras vezes são maiores que uma ervilha. O que acontece é que a Terra , na sua órbita se cruza com a colecção de poeiras deixadas pelos cometas e que fazem também a sua órbita em torno do Sol. Todos os anos, o nosso planeta encontra-se com estes rastos, havendo cometas com periocidades curtas e longas, variando entre os 3 e os 80 anos.

A chuva de meteoros das Perseidas - assim denominada por estes meteoros surgirem a Nordeste, junto à Constelação de Perseus - são um fenómeno regular, que acontece todos os anos por volta do dia 12 de Agosto.
"A noite de 12 para 13 é o pico máximo, mas as estrelas cadentes podem ser vistas uma semana antes e uma semana depois", até 24 Agosto, disse à Agência Lusa o director do Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho.
Aquele responsável salienta que há vários fenómenos destes ao longo do ano, mas as Perseiadas chamam a atenção por ocorrerem no Verão, altura em que as pessoas estão sensibilizadas para actividades ao ar livre, e porque representam um número importante de meteoros, podendo ocorrer a partir das 2h00 de segunda-feira umas dezenas de estrelas cadentes por hora.

Dois segundos será o tempo máximo de avistamento de cada objecto luminoso, diz-nos o director do Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho. Referindo ainda que é o atrito gerado pela entrada na atmosfera que eleva a temperatura destes pequenas areias e minúsculas pedras a milhares de graus. Por isso, também, esses materiais rochosos se desfazem em poeira e é assim que chegarão mais tarde até nós, sendo então designados como meteoróides. Portanto não há motivo para alarme, até porque numa noite normal, há 100 mil toneladas de matéria com esta origem a entrar na atmosfera em todo o mundo.

O astrónomo realça que as estrelas cadentes não devem ser observadas ao telescópio. "O melhor mesmo é nem ter binóculos, porque o campo da visão fica muito reduzido e o fenómeno abrange todo o céu", sublinhou.
"Quem puder ir para zonas escuras no campo verá mais estrelas por hora do que na cidade, que é sempre o pior sítio porque as cidades estão muito iluminadas e projectam essa luminosidade para o céu", aconselhou Rui Agostinho. O astrónomo refere que o melhor é encontrar um ponto de observação com um horizonte visual desimpedido, que permita ver bem todo o céu, e estar num grupo de amigos.
Segundo o Instituto de Meteorologia, domingo o céu estará limpo ou pouco nublado.

A espectacularidade, ou não, destas duas noites de Agosto depende de a Terra colidir com uma nuvem de poeira do cometa Swift-Tuttle com grande densidade ou de até passar ao lado dela. Na História mais recente, Portugal observou uma chuva de meteoros com grande intensidade, em 9 de Outubro de 1933.

No concelho de Belmonte existem vários locais onde se pode observar este fenómeno com grande facilidade. Em Belmonte aconselho o espaço da Alameda, pois tem uma ampla vista para o céu e existem zonas apenas com iluminação rasteira, (já para não falar da iluminação vandalizada infelizmente). Aproveite para dar um passeio por este jardim, que na minha modesta opinião se encontra subaproveitado e porque não referir inacabado, embora já exista e tenha sido inaugurado à alguns anos.

2 comentários:

Anónimo disse...

pouco ou nada se viu... o tempo um pouco nublado não ajudou... vi mais na noite de 11 para 12 que se 12 para 13!

Anónimo disse...

por acaso... mas ouvi dizer que se viu noutros lugares mesmo muito nitidamente mas também muito pouca coisa. Nem na TV falaram disto...