Belmonte espera que 2011 seja o ano da construção de um hotel kosher, de tradição judaica, no concelho, um projeto privado que está a ser apreciado pelo município, disse à agência Lusa o presidente da autarquia, Amândio Melo. No concelho reside uma das comunidades judaicas mais antigas do mundo, hoje com 140 pessoas.
Os antepassados sobreviveram à Inquisição, celebrando o cristianismo em público e preservando o culto judaico em casa, escondido e ensinado pelas mães de geração em geração. Foi assim até à década de 1970. Hoje, em Belmonte, existe uma sinagoga que chega a juntar 50 judeus nas tradicionais rezas de cada sábado e está ainda de portas abertas um museu judaico. Ambos os espaços são visitados por cerca de 15 mil pessoas todos os anos, desde turistas estrangeiros a alunos de escolas de norte a sul do Portugal. «Cerca de 40 por cento dos visitantes estão de alguma forma ligados à tradição judaica», sublinhou Amândio Melo, presidente da Câmara de Belmonte, vila que vai ser sede da Rede de Judiarias de Portugal, a constituir em fevereiro.
Não espanta por isso que o autarca anseie por ver no terreno pelo menos o projeto, já revelado por empresários ao município, de construção de um hotel kosher. Designam-se kosher todos os produtos certificados para consumo por judeus de acordo com os respetivos preceitos religiosos - por exemplo, não pode haver misturas de carne e leite. «Cada vez mais somos visitados por pessoas que acham que isto lhes diz respeito e, por isso, precisamos de alojamento e oferta de restauração adequada», destacou. À Câmara já chegaram dois projetos «para recuperação de edifícios para fazer pequenos hotéis e há pelo menos um em fase avançada», que se debate agora com a captação de capitais, adiantou o autarca.
Quem visita Belmonte «gosta de ouvir os testemunhos da comunidade judaica e saber como sobreviveu até hoje», frisou, por seu turno, António Mendes, presidente da Comunidade Judaica de Belmonte, depois de ter guiado a visita de uma escola à sinagoga. A comunidade agradece as receitas obtidas com estas visitas, que são canalizadas para a manutenção do templo. Mas as visitas servem também para os judeus se abrirem ao mundo, depois de séculos de isolamento. «O que nos ensinaram é simples: não te exponhas, porque as pessoas não gostam de judeus», referiu. O próprio presidente da Comunidade Judaica de Belmonte cresceu sob esta ideia: foi batizado e casado pela igreja católica, «celebrando os atos religiosos judaicos em casa».
Em Belmonte, a comunidade nunca sentiu um perigo real, mas, «ainda assim, não queremos abusar da sorte», disse. Para os alunos do 7.º ano da Escola Nuno Simões, em Calendário, Famalicão, a visita à sinagoga e as explicações que ouviram souberam a pouco. «Gostava de voltar e vou recomendar», afirmou Bárbara Carvalho, uma das alunas, adiantando ter achado «muito interessantes os símbolos da sinagoga». Já Tiago Fontes, um colega, era perentório: «É uma experiência que poucas vezes vou ter na vida». Nuno Sousa, professor de Educação Moral e Religiosa Católica, foi um dos docentes que acompanhou a visita. «O judaísmo é um dos temas da disciplina e uma forma de enraizar melhor os conhecimentos é esta: passar por uma comunidade», explicou.
Os antepassados sobreviveram à Inquisição, celebrando o cristianismo em público e preservando o culto judaico em casa, escondido e ensinado pelas mães de geração em geração. Foi assim até à década de 1970. Hoje, em Belmonte, existe uma sinagoga que chega a juntar 50 judeus nas tradicionais rezas de cada sábado e está ainda de portas abertas um museu judaico. Ambos os espaços são visitados por cerca de 15 mil pessoas todos os anos, desde turistas estrangeiros a alunos de escolas de norte a sul do Portugal. «Cerca de 40 por cento dos visitantes estão de alguma forma ligados à tradição judaica», sublinhou Amândio Melo, presidente da Câmara de Belmonte, vila que vai ser sede da Rede de Judiarias de Portugal, a constituir em fevereiro.
Não espanta por isso que o autarca anseie por ver no terreno pelo menos o projeto, já revelado por empresários ao município, de construção de um hotel kosher. Designam-se kosher todos os produtos certificados para consumo por judeus de acordo com os respetivos preceitos religiosos - por exemplo, não pode haver misturas de carne e leite. «Cada vez mais somos visitados por pessoas que acham que isto lhes diz respeito e, por isso, precisamos de alojamento e oferta de restauração adequada», destacou. À Câmara já chegaram dois projetos «para recuperação de edifícios para fazer pequenos hotéis e há pelo menos um em fase avançada», que se debate agora com a captação de capitais, adiantou o autarca.
Quem visita Belmonte «gosta de ouvir os testemunhos da comunidade judaica e saber como sobreviveu até hoje», frisou, por seu turno, António Mendes, presidente da Comunidade Judaica de Belmonte, depois de ter guiado a visita de uma escola à sinagoga. A comunidade agradece as receitas obtidas com estas visitas, que são canalizadas para a manutenção do templo. Mas as visitas servem também para os judeus se abrirem ao mundo, depois de séculos de isolamento. «O que nos ensinaram é simples: não te exponhas, porque as pessoas não gostam de judeus», referiu. O próprio presidente da Comunidade Judaica de Belmonte cresceu sob esta ideia: foi batizado e casado pela igreja católica, «celebrando os atos religiosos judaicos em casa».
Em Belmonte, a comunidade nunca sentiu um perigo real, mas, «ainda assim, não queremos abusar da sorte», disse. Para os alunos do 7.º ano da Escola Nuno Simões, em Calendário, Famalicão, a visita à sinagoga e as explicações que ouviram souberam a pouco. «Gostava de voltar e vou recomendar», afirmou Bárbara Carvalho, uma das alunas, adiantando ter achado «muito interessantes os símbolos da sinagoga». Já Tiago Fontes, um colega, era perentório: «É uma experiência que poucas vezes vou ter na vida». Nuno Sousa, professor de Educação Moral e Religiosa Católica, foi um dos docentes que acompanhou a visita. «O judaísmo é um dos temas da disciplina e uma forma de enraizar melhor os conhecimentos é esta: passar por uma comunidade», explicou.
in "Destak"
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