O município da Guarda é o que mais gasta em iluminação pública na região, pagando à EDP uma média anual de 410 mil euros, enquanto que o de Almeida é o que tem a factura mais baixa, a rondar os 30 mil. No total, as Câmaras integradas na Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB) desembolsam todos os anos cerca de um milhão de euros. Só a Guarda e o Fundão juntos apresentam metade do total de consumo e de custos, indica um estudo realizado no âmbito do “MuniEnergy”, o projecto daquela associação que se destina a reduzir os consumos de energia em 32 por cento.
Os 13 municípios da AMCB consomem anualmente uma média de 12,7 megawatts de energia, sendo que a Guarda é responsável por 4,6, concluiu aquele estudo, a que O INTERIOR teve acesso. Segue-se o Fundão, com 1,3 megawatts e uma factura de 102 mil euros, e depois o município de Trancoso, que paga acima dos 75 mil. Com uma despesa entre os 50 e 65 mil euros estão quatro autarquias: Celorico da Beira, Belmonte, Pinhel e Sabugal. Aparecem depois Figueira de Castelo Rodrigo, quase nos 50 mil, Fornos de Algodres (47), Mêda (37,6) e, por último, Almeida. Para baixar os consumos e custos, a AMCB pretende instalar, através do “MultiEnergy” – projecto candidatado a fundos comunitários e que aguarda este mês aprovação –, 103 reguladores de fluxo luminoso, para adequar a intensidade da luz às horas de menor movimento, dos quais 37 são para a Guarda e 18 para o Fundão, sendo que em Almeida será instalado apenas um. De resto, o município presidido por Joaquim Valente está também empenhado em reduzir consumos e custos, ao ter decidido recentemente desligar a iluminação pública mais cedo durante a manhã.
Paralelamente, a associação intermunicipal quer implementar ainda balastros de duplo nível, num total de 8.667 unidades. A Guarda leva uma boa parte do equipamento (2.355). Com a instalação destes dois tipos de soluções, o município da sede do distrito poderá conseguir uma redução energética na ordem dos 31 por cento, mas são os do Sabugal e Trancoso que alcançarão melhores resultados, com 37 por cento. O Fundão chegará aos 34 por cento. As previsões apontam também para que, ao nível do CO2, se verifique uma redução de 1.902 toneladas por ano. Em termos dos edifícios públicos, como pavilhões desportivos ou piscinas, o projecto inclui 24 instalações, onde se pretende implementar energia solar térmica, em mais de 1.400 metros quadrados de painel. Os concelhos que têm mais infraestruturas no “MultiEnergy” são a Guarda (Paços do Concelho, piscina municipal, pavilhão de S. Miguel e estádio municipal), surgindo depois o Fundão (pavilhão multiusos, pavilhão desportivo e piscinas) e Almeida (gimnodesportivo e piscinas de Almeia e Vilar Formoso).
A medida, aponta o estudo, reduzirá o consumo de energia fóssil em mais de 890 megawatts anuais, acompanhados de uma redução de CO2 superior a 553 toneladas. No campo da energia solar fotovoltaica há 36 equipamentos incluídos, entre sistemas de ligação à rede e sistemas autónomos com acumulador. O “MuniEnergy” fica completo com a instalação de 10 caldeiras de biomassa em oito concelhos e ainda com a substituição de 6.496 balastros ferromagnéticos por balastros electrónicos. Com todas as medidas pensadas para a iluminação pública e edifícios, prevê-se uma redução de CO2 de 5.906 toneladas. O investimento está estimado em 6,5 milhões de euros.
in "O Interior"
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