domingo, 5 de julho de 2009

Investigação viva na Beira Interior

Quatro alunos do Fundão e de Belmonte destacaram-se num concurso nacional no qual se estuda o comportamento de um pequeno organismo quando exposto a diversas substâncias

FELIZMENTE, começa a ser hábito algumas escolas da Beira Interior destacarem-se em determinados concursos nacionais, mostrando que no campo da investigação já há estabelecimentos a trabalhar bem entre nós. O que não é costume é numa mesma competição haver dois vencedores da nossa região. Foi isso que aconteceu este ano, no concurso Divulga Ciência, do projecto Daphnia, promovido pelo Visionarium (Santa Maria da Feira).

A iniciativa estava dividida em três escalões: o primeiro para alunos do 2.º ciclo do ensino básico; o segundo para estudantes do 3.º ciclo do ensino básico; e o terceiro para alunos do ensino secundário. Em cada escalão, havia três vencedores, um para cada categoria de trabalho: blog, poster e artigo. Foi no escalão do ensino secundário que a Beira Interior dominou. A Escola Secundária do Fundão triunfou na categoria de artigo, enquanto o Agrupamento de Escolas Pedro Álvares Cabral, em Belmonte, levou a melhor na categoria de blog.

No Fundão, a responsabilidade de implementar o projecto ficou a cargo das alunas Sara Lindeza (Fundão) e Ângela Batista (Aldeia de Joanes), orientadas pela professora Alda Fidalgo, da disciplina Área Projecto.

Depois da inscrição, o primeiro passo foi comprar o “kit” disponibilizado pelo Visionarium. Por cinco euros, a escola fundanense recebeu os microcrustáceos (Daphnia), a comida (algas), as substâncias psicoactivas (anti-pirécticos, analgésicos, cafeína, nicotina e álcool) e diverso material de laboratório, incluindo um CD explicativo.

“A escola tem uma câmara de cultura e por isso foi fácil manter vivos os vários indivíduos. Acertámos logo na temperatura e na água (ph neutro). Depois, passámos aos testes, introduzindo as substâncias na Daphnia, verificando que podem ser estimulantes ou depressoras, dependendo de cada uma e da quantidade administrada. Foi a nossa primeira experiência deste género e adorámos”, explicam as alunas. “Tivemos de ser nós a fazer a pesquisa. Não nos limitámos a fazer o que estava previsto. Fizemos também alterações nas quantidades dos produtos. É verdade que deu mais trabalho, mas essa diferença foi decisiva quando fomos ao encontro nacional e talvez esteja aí a razão da vitória do nosso artigo”, garantem as estudantes do 12.º ano de Ciências e Tecnologias. Ângela pretende ser terapeuta da fala e continuar com a sua vertente mais artística, no Coro Misto da Beira Interior. Sara quer estudar Medicina.

Belmonte na Internet

Os alunos da escola de Belmonte, Diogo Silva e Patrícia Alves (ambos residentes no Carvalhal Formoso), orientados pela professora Alda Martins, venceram na categoria de blog. “Escolhemos o blog porque permite uma maior divulgação junto da comunidade. Como não temos câmara de cultura, foi preciso improvisar com aquários. A primeira cultura perdeu-se, porque houve mudança de sala e férias de Carnaval, mas a segunda cultura sobreviveu”, revelam os alunos, explicando os passos: “É simples. Contam-se os batimentos antes e depois da introdução das substâncias.”

O blog continua a funcionar em pleno (batidas-saudaveis.blogs.sapo.pt) e lá podem obter-se todas as informações do estudo desenvolvido em Belmonte. Pormenores sobre a introdução de substâncias, resultados, gráficos, imagens e até vídeos são alguns dos conteúdos disponibilizados pelos dois jovens de Belmonte. Diogo já sabe o que quer no futuro: ser médico. Quanto a Patrícia, sonha com investigação, mas ainda não tem a certeza se as médias permitem lá chegar.


in "JF"


Gostaria de, em nome do "Gentes de Belmonte", dar os parabéns aos alunos responsáveis por estas investigações, com especial referência aos estudantes do concelho de Belmonte que muito nos honram.

Fica o link para o blog Batidas Saudáveis

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