Um comunicado da Comurbeiras anunciou esta semana que dez municípios recusam aderir à Turismo da Serra da Estrela. Mas entre os autarcas há surpresa e não falta quem desminta aquela e outras medidas e desautorize o presidente da Comurbeiras.
Diversos autarcas da zona da Serra da Estrela desmentem um comunicado segundo o qual vão tomar medidas contra o novo Pólo Turístico regional. Este documento é assinado pelo presidente da Comunidade Urbana das Beiras (Comurbeiras), Carlos Pinto, que preside à Câmara da Covilhã, e anuncia que os municípios de Almeida, Covilhã, Fundão, Figueira de Castelo Rodrigo, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal, Trancoso e Gouveia, todos do PSD, 'decidiram não integrar o novo pólo', por discordância com os estatutos. Anuncia ainda que os autarcas vão pedir em tribunal a suspensão dos estatutos e que se estes não forem alterados vão criar 'uma nova entidade', de promoção turística.
Apesar de defenderem alterações nos estatutos, os autarcas em causa não subscrevem as decisões anunciadas em seu nome e desconheciam o comunicado. Segundo referem, as reservas quanto à composição da assembleia-geral prevista nos estatutos do novo pólo tiveram uma abordagem informal, à margem da última reunião da Comurbeiras, fora da ordem de trabalhos e sem deliberações.
'Houve uma conversa informal em que o presidente da Câmara do Fundão sugeriu que Carlos Pinto servisse de ponte para dialogar com o Governo e alguns municípios concordaram. Foi uma conversa, ninguém ficou mandatado. Este comunicado é abusivo, nem se pôs em causa a participação no pólo', criticou o autarca de Manteigas, José Biscaia. 'Além do mais, a maioria das câmaras ainda nem deliberaram sobre o assunto', acrescentou.
COMUNICADO ABUSIVO
'O Sabugal não tem nada a ver com esse comunicado. Se é referido, é abusivamente. Nem estivemos nessa reunião', disse Manuel Rito, presidente do município, que recusa comentar o processo do novo pólo turístico. 'Consideramos legítimo que o Governo aprove os estatutos, mesmo nós discordando de alguns aspectos', nomeadamente sobre quem tem assento na assembleia-geral, crítica comum entre os autarcas em causa. 'Mas vamos entrar no pólo e queremos articular vontades', sublinhou Júlio Sarmento, presidente da Câmara de Trancoso. 'Uma coisa é os autarcas concertarem posições, outra é a Covilhã anunciar uma posição e depois querer levar outros a reboque', No encontro em que esteve presente o vice-presidente da autarquia 'ninguém ficou mandatado e não autorizo que se inclua Trancoso nesse comunicado', sublinhou.
Decisões remetidas para os executivos
'É um comunicado extemporâneo, que não devia existir', acrescentou António Ruas, autarca de Pinhel, que desmente também qualquer decisão de não entrar no pólo turístico, remetendo decisões para o seu executivo. Álvaro Amaro, edil de Gouveia, diz ter ficado 'surpreendido com o teor do documento', apesar de pessoalmente manifestar 'absoluta discordância', com o processo de constituição do pólo turístico. No entanto, o executivo municipal só deve discutir o assunto 'no dia 27', acrescentou. António Ribeiro, presidente da Câmara de Almeida, defende mais diálogo antes das medidas anunciadas, como o recurso aos tribunais. 'Isso deve ser um caso extremo', sublinhou.
Douro pesa mais a norte
Mais a norte, João Mourato, presidente da Câmara de Mêda, diz que não se revê no pólo turístico da Serra da Estrela, mas 'por outras razões', 'Porque o lugar de Mêda, em termos de turismo, é o Douro', concluiu.
Apesar de desconhecer o comunicado e remeter decisões para o seu executivo, Edmundo Ribeiro, autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, questiona o facto dos estatutos do novo pólo integrarem empresas privadas que nem sequer abrangem o concelho.
Apesar das tentativas, não foi possível ouvir o presidente da Câmara do Fundão, Manuel Frexes. Confrontado pela Agência Lusa com as queixas dos autarcas, o presidente da Câmara da Covilhã não quis prestar declarações.
Jorge Patrão comenta questões relacionadas com os estatutos
'Eu próprio gostaria de propor alterações '
Os presidentes das câmaras da Covilhã e do Fundão acusaram nas últimas semanas o presidente da comissão instaladora do novo pólo turístico, Jorge Patrão, de instrumentalizar os estatutos para se 'perpetuar no poder', Jorge Patrão refuta as críticas e desafia os dois autarcas a compararem os estatutos com os de outros pólos turísticos. Sem esclarecer se vai candidatar-se à presidência (que ocupava na extinta Região de Turismo), diz que 'há uma campanha para deturpar a informação', junto dos municípios.
'A verdade é só esta: não é fácil conciliar os interesses de todos em relação a cada ponto dos estatutos, mas há sugestões recebidas na comissão instaladora que até já foram incorporadas. E há abertura para mais', referiu.
'Eu próprio gostaria de propor alterações. Até a comissão instaladora viu alguns pontos alterados pela redacção final que foi dada em Conselho de Ministros', conclui.
Diversos autarcas da zona da Serra da Estrela desmentem um comunicado segundo o qual vão tomar medidas contra o novo Pólo Turístico regional. Este documento é assinado pelo presidente da Comunidade Urbana das Beiras (Comurbeiras), Carlos Pinto, que preside à Câmara da Covilhã, e anuncia que os municípios de Almeida, Covilhã, Fundão, Figueira de Castelo Rodrigo, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal, Trancoso e Gouveia, todos do PSD, 'decidiram não integrar o novo pólo', por discordância com os estatutos. Anuncia ainda que os autarcas vão pedir em tribunal a suspensão dos estatutos e que se estes não forem alterados vão criar 'uma nova entidade', de promoção turística.
Apesar de defenderem alterações nos estatutos, os autarcas em causa não subscrevem as decisões anunciadas em seu nome e desconheciam o comunicado. Segundo referem, as reservas quanto à composição da assembleia-geral prevista nos estatutos do novo pólo tiveram uma abordagem informal, à margem da última reunião da Comurbeiras, fora da ordem de trabalhos e sem deliberações.
'Houve uma conversa informal em que o presidente da Câmara do Fundão sugeriu que Carlos Pinto servisse de ponte para dialogar com o Governo e alguns municípios concordaram. Foi uma conversa, ninguém ficou mandatado. Este comunicado é abusivo, nem se pôs em causa a participação no pólo', criticou o autarca de Manteigas, José Biscaia. 'Além do mais, a maioria das câmaras ainda nem deliberaram sobre o assunto', acrescentou.
COMUNICADO ABUSIVO
'O Sabugal não tem nada a ver com esse comunicado. Se é referido, é abusivamente. Nem estivemos nessa reunião', disse Manuel Rito, presidente do município, que recusa comentar o processo do novo pólo turístico. 'Consideramos legítimo que o Governo aprove os estatutos, mesmo nós discordando de alguns aspectos', nomeadamente sobre quem tem assento na assembleia-geral, crítica comum entre os autarcas em causa. 'Mas vamos entrar no pólo e queremos articular vontades', sublinhou Júlio Sarmento, presidente da Câmara de Trancoso. 'Uma coisa é os autarcas concertarem posições, outra é a Covilhã anunciar uma posição e depois querer levar outros a reboque', No encontro em que esteve presente o vice-presidente da autarquia 'ninguém ficou mandatado e não autorizo que se inclua Trancoso nesse comunicado', sublinhou.
Decisões remetidas para os executivos
'É um comunicado extemporâneo, que não devia existir', acrescentou António Ruas, autarca de Pinhel, que desmente também qualquer decisão de não entrar no pólo turístico, remetendo decisões para o seu executivo. Álvaro Amaro, edil de Gouveia, diz ter ficado 'surpreendido com o teor do documento', apesar de pessoalmente manifestar 'absoluta discordância', com o processo de constituição do pólo turístico. No entanto, o executivo municipal só deve discutir o assunto 'no dia 27', acrescentou. António Ribeiro, presidente da Câmara de Almeida, defende mais diálogo antes das medidas anunciadas, como o recurso aos tribunais. 'Isso deve ser um caso extremo', sublinhou.
Douro pesa mais a norte
Mais a norte, João Mourato, presidente da Câmara de Mêda, diz que não se revê no pólo turístico da Serra da Estrela, mas 'por outras razões', 'Porque o lugar de Mêda, em termos de turismo, é o Douro', concluiu.
Apesar de desconhecer o comunicado e remeter decisões para o seu executivo, Edmundo Ribeiro, autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, questiona o facto dos estatutos do novo pólo integrarem empresas privadas que nem sequer abrangem o concelho.
Apesar das tentativas, não foi possível ouvir o presidente da Câmara do Fundão, Manuel Frexes. Confrontado pela Agência Lusa com as queixas dos autarcas, o presidente da Câmara da Covilhã não quis prestar declarações.
Jorge Patrão comenta questões relacionadas com os estatutos
'Eu próprio gostaria de propor alterações '
Os presidentes das câmaras da Covilhã e do Fundão acusaram nas últimas semanas o presidente da comissão instaladora do novo pólo turístico, Jorge Patrão, de instrumentalizar os estatutos para se 'perpetuar no poder', Jorge Patrão refuta as críticas e desafia os dois autarcas a compararem os estatutos com os de outros pólos turísticos. Sem esclarecer se vai candidatar-se à presidência (que ocupava na extinta Região de Turismo), diz que 'há uma campanha para deturpar a informação', junto dos municípios.
'A verdade é só esta: não é fácil conciliar os interesses de todos em relação a cada ponto dos estatutos, mas há sugestões recebidas na comissão instaladora que até já foram incorporadas. E há abertura para mais', referiu.
'Eu próprio gostaria de propor alterações. Até a comissão instaladora viu alguns pontos alterados pela redacção final que foi dada em Conselho de Ministros', conclui.
in "Diário XXI"
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