Estação de Belmonte. Foto A. Miranda |
Dulce Pinheiro, deputada do PCP em Belmonte, foi a autora da recomendação feita à autarquia local. No documento aprovado por todos os deputados eleitos na assembleia municipal faz-se um pedido à câmara para que intervenha junto do Governo no sentido de que se reponha a circulação de comboios na linha da Beira Baixa até à Guarda.
Na primeira intenção deste documento pede-se que o autarca belmontense “intervenha junto do governo para que rapidamente sejam concluídas as obras e completamente ativada a linha da Beira Baixa, muito particularmente o troço entre a Covilhã e a Guarda”. Numa outra solicitação é também referida a necessidade desta intervenção contemplar “a reposição do transporte alternativo que acabou em 1 de março”, transporte esse que era assegurado pela CP e que funcionava no troço encerrado para obras.
A eleita do PCP lembra que a ligação ferroviária entre a Covilhã e a Guarda data de 1893 e desde esse longínquo tempo que tal estrutura se tem revelado “um importante elemento para o desenvolvimento da região e a mobilidade das populações”. Dulce Gabriel aponta que a linha foi encerrada para a sua eletrificação em Fevereiro de 2009, contudo, tal eletrificação ficou-se pela Covilhã, e desde 2011 os comboios ficam-se pela “cidade neve”. Devido às obras de intervenção, foi criado um serviço de transporte rodoviário alternativo para funcionar enquanto durassem as obras na linha. “Este serviço terminou a 1 de março deste ano. Paralelamente têm ainda sido notícia o encerramento definitivo deste troço que, a concretizar-se, seria mais um fator em prol do abandono a que têm sido votadas as populações do nosso concelho e da região e comprometeria radicalmente a importância estratégica internacional que a linha da Beira Baixa detém”, diz Dulce Gabriel.
Acresce ainda um contexto de pagamento de portagens na autoestrada, o que leva a um cenário da população a perder o transporte de comboio, “ aficar sem ligações de permanentes de autocarro, com as dificuldades crescentes no transporte de doentes, isto é, com cada vez maiores dificuldades na mobilidade em geral das populações”.
Perante este cenário “torna-se urgente defender o serviço ferroviário público, nomeadamente exigindo a recuperação total da linha da Beira Baixa, como linha estratégica que é para o desenvolvimento da região e do País e onde já foram investidos largos milhões de euros que agora se desperdiçariam caso a linha não reabrisse”. O documento que agora foi aprovado por unanimidade aponta para “o indispensável papel da autarquia que tem de assumir junto das entidades responsáveis para que o troço entre a Covilhã e a Guarda seja reativado e colocado ao serviço das populações”.
in "Urbi et Orbi"
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