O problema da falta de médicos de família está a agravar-se no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Cova da Beira. No ano passado saíram seis, cinco por aposentação e um por exoneração, e este ano há nove pedidos de reforma. «Somente 45 médios continuarão a breve trecho a prestar trabalho efectivo, o que é manifestamente insuficiente» para uma população de mais de 100 mil pessoas, alerta o Conselho da Comunidade daquele ACES, que na semana passada enviou à ministra da Saúde um ofício a reivindicar «medidas urgentes» para ultrapassar a situação.
De acordo com as directivas do próprio ministério, o ACES que abrange os concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte deveria ter 71 médicos de família. Porém, tem estado longe desse número. Em Janeiro de 2009 tinha 60 clínicos e no início deste ano 54, sendo que no ano passado três pediram a aposentação na Covilhã e dois do Fundão. Quando passar a funcionar com apenas 45, o ACES da Cova da Beira terá, assim, menos 26 médicos de família do que o previsto nos quadros de pessoal, o que representa um défice da ordem dos 37 por cento. «Estamos a falar de um decréscimo acentuado e, por isso, vive-se o problema com alguma preocupação», afirma o presidente do Conselho da Comunidade, Carlos Abreu, ao defender que se a tutela não agir «o número de médicos não será suficiente para assegurar os cuidados médicos à população». Na sua opinião, a solução passa pela contratação de médicos.
«Esperemos que a ministra nos dê uma resposta positiva e o mais rapidamente possível», acrescenta o presidente daquele órgão consultivo. «É uma situação dramática, principalmente no Fundão», analisa, por sua vez, o director do agrupamento, ao referir que dos 14 pedidos de aposentação oito são daquele Centro de Saúde. «Havia 10 médicos na sede de concelho, no centro de saúde, e só ficam dois», alerta Manuel Geraldes, segundo o qual este problema tem vindo a ser acompanhado pela Administração Regional de Saúde do Centro. O responsável explica que «foi por isso que abriu neste último ano uma vaga de internato médico para Medicina Familiar», no entanto, ninguém concorreu. «O problema da fixação de médicos no interior preocupa-nos, mas não nos surpreende», considera Manuel Geraldes, admitindo que «não é fácil adoptar uma solução» para resolver a falta de médicos no ACES que dirige.
Caso não seja possível reforçar o número de clínicos, este responsável explica que «terá de haver uma redução do número de extensões de saúde ou avançar-se para uma reorganização». No total, existem 59 extensões de saúde na Cova da Beira: 27 no Fundão, 25 na Covilhã e sete em Belmonte. Recorde-se que a redução do número de médicos de família é um problema que se sente um pouco por todo o país e que se agravou no início do ano devido à corrida aos pedidos de antecipação de reforma – motivados pelas alterações feitas ao estatuto da aposentação dos funcionários públicos no Orçamento do Estado para 2010. Só na última semana do passado mês de Fevereiro terá havido, a nível nacional, quase 300 médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a pedir a reforma antecipada na Caixa Geral de Aposentações (CGA). A grande maioria, cerca de 80 por cento, eram médicos de família. Nessa semana houve quase tantos pedidos como em todo o ano de 2009, quando 401 médicos se aposentaram.
De acordo com as directivas do próprio ministério, o ACES que abrange os concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte deveria ter 71 médicos de família. Porém, tem estado longe desse número. Em Janeiro de 2009 tinha 60 clínicos e no início deste ano 54, sendo que no ano passado três pediram a aposentação na Covilhã e dois do Fundão. Quando passar a funcionar com apenas 45, o ACES da Cova da Beira terá, assim, menos 26 médicos de família do que o previsto nos quadros de pessoal, o que representa um défice da ordem dos 37 por cento. «Estamos a falar de um decréscimo acentuado e, por isso, vive-se o problema com alguma preocupação», afirma o presidente do Conselho da Comunidade, Carlos Abreu, ao defender que se a tutela não agir «o número de médicos não será suficiente para assegurar os cuidados médicos à população». Na sua opinião, a solução passa pela contratação de médicos.
«Esperemos que a ministra nos dê uma resposta positiva e o mais rapidamente possível», acrescenta o presidente daquele órgão consultivo. «É uma situação dramática, principalmente no Fundão», analisa, por sua vez, o director do agrupamento, ao referir que dos 14 pedidos de aposentação oito são daquele Centro de Saúde. «Havia 10 médicos na sede de concelho, no centro de saúde, e só ficam dois», alerta Manuel Geraldes, segundo o qual este problema tem vindo a ser acompanhado pela Administração Regional de Saúde do Centro. O responsável explica que «foi por isso que abriu neste último ano uma vaga de internato médico para Medicina Familiar», no entanto, ninguém concorreu. «O problema da fixação de médicos no interior preocupa-nos, mas não nos surpreende», considera Manuel Geraldes, admitindo que «não é fácil adoptar uma solução» para resolver a falta de médicos no ACES que dirige.
Caso não seja possível reforçar o número de clínicos, este responsável explica que «terá de haver uma redução do número de extensões de saúde ou avançar-se para uma reorganização». No total, existem 59 extensões de saúde na Cova da Beira: 27 no Fundão, 25 na Covilhã e sete em Belmonte. Recorde-se que a redução do número de médicos de família é um problema que se sente um pouco por todo o país e que se agravou no início do ano devido à corrida aos pedidos de antecipação de reforma – motivados pelas alterações feitas ao estatuto da aposentação dos funcionários públicos no Orçamento do Estado para 2010. Só na última semana do passado mês de Fevereiro terá havido, a nível nacional, quase 300 médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a pedir a reforma antecipada na Caixa Geral de Aposentações (CGA). A grande maioria, cerca de 80 por cento, eram médicos de família. Nessa semana houve quase tantos pedidos como em todo o ano de 2009, quando 401 médicos se aposentaram.
in "O Interior"
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